terça-feira, 28 de março de 2017

Nathalia, alto mar.

Estávamos em alto mar. Eu e a Nathalia. Paramos para sentir o oceano sentados sobre nossas pranchas. As águas estavam um pouco agitadas, o dia estava claro mas o Sol não castigava. Eu poderia me alongar na descrição do ambiente mas única coisa que merece ser dita é o amor que senti por aquela surfista loira. Minha mente era toda silêncio. Enquanto escrevo faço umas pausas para remontar o momento, é como se eu ainda estivesse lá. Nesse dia, queria dar um presente a ela mas a única coisa que tinha era um pingente africano. Fiquei na dúvida se devia entrega-lo ou não, pois fora uma gratidão de outra pessoa para mim. Pensei um pouco, mas larguei mão para sentir o balanço do mar e a pele de meu rosto, ao mesmo tempo que eu contemplava o dela.

A casa... Na verdade, o barraco onde ela morava era escuro e pequeno, apesar de fresco. O chão era a própria areia da praia. Continuávamos perto do mar então ainda dava para ouvir o som das ondas. Pouca luz do Sol passava por entre as frestas das tábuas que ela aproveitava para olhar ao longe. A luz que invadia iluminava seu rosto parcialmente.

Sobre onde e como tudo isso começou eu não consigo lembrar, mas algo me dizia que essa história já tinha um tempo de idas e vindas. Acho que nesse dia ela disse que seu marido estava para voltar. O novo marido. Aquele corpo magro e os cabelos loiros eram compartilhados. Que confusão. O silêncio agora já não era tão agradável, mas triste. Ajoelhei e coloquei minha cabeça sobre seus pés. Que pele macia.
(Sonho 28/03/2017)
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Tão bom quanto escrever é ser lido. Vou tomar esse risco.

https://www.youtube.com/watch?v=dsDTJ__jioo